DICAS PARA O PESSOAL DE CASA

Quem imaginou viver tudo isso? Parece enredo de filme. Coube a nós viver esse período de pandemia e de distanciamento social. E cá estamos tentando nos reinventar!
Escolas fechadas, Professores e Pais angustiados, preocupados com a aprendizagem de nossas crianças. Pensando nisso, e já que precisamos esperar para retornar com segurança, além das orientações que todas as escolas estão dando, aqui vão umas dicas que servem para ensinar não só coisas da escola, mas tudo que precisa ser bem aprendido por todas as crianças:
1º Dica de OURO: tudo o que a criança pode fazer sozinha, deve fazer sozinha! Aquilo que ainda não consegue ou não pode fazer só, deve fazer com ajuda. O adulto educador nunca deve fazer pela criança, mas conduzi-la a fazê-lo, respeitando a faixa etária e suas possibilidades.
2º Quando a criança fizer uma pergunta, responda com outra pergunta que a faça pensar, dando pistas. Nunca dê a resposta sem dar à criança a possibilidade de pensar sobre.
3º Sempre que quisermos ensinar à faixa etária de 0 a 11 anos, devemos usar material concreto, isto é, objetos ou exemplos, que possibilitem à criança pensar sobre o que queremos que ela aprenda. Exemplo: Se é para contar, que se conte tampinhas, feijões, brinquedos etc.
4º Leia muito para ela, se é pequena leia e peça para que lhe conte a história. Se já sabe ler, mas é resistente, divida a leitura com ela. Você lê um parágrafo (página, capítulo) e ela lê o outro. Importante é ler sempre. Bons leitores sempre têm bons modelos de leitura em casa, seja o modelo de sua criança, deixe que ela o veja lendo, converse sobre o quanto a leitura nos ensina e nos faz viajar por histórias de outras pessoas, bichinhos etc.
Crianças em fase de construção da leitura podem ter o auxílio guia de um lápis apontando onde deve ler, podendo o adulto usar de “ondinhas” com o lápis para marcar as sílabas.
Na dificuldade da criança, emita o som que a letra faz (fonema), com os sonoros é mais fácil: mmmmmmmmmmmmmmmmmaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa. Com os fonemas surdos é mais difícil: p, t, d, q, b etc.
5º O que é uma escrita espontânea? É a escrita em que a criança pensa sozinha como deve escrever uma palavra e serve para que o educador perceba o que ela pensa sobre a escrita. Em cima das hipóteses da criança, atividades cuidadosamente planejadas são propostas para que as hipóteses de escrita da criança cheguem ao nível dos questionamentos ortográficos. Pesquisas (Luria, Teberosky e Ferreiro), evidenciam que as crianças passam pelas mesmas hipóteses de escrita (mesmo nas mais diferentes línguas), o que facilita o planejamento para uma turma que é sempre heterogênea. O que isso significa para o Pessoal de Casa? Que precisamos questionar a escrita da criança no lugar de corrigi-la e nunca dizer a letra a ser escrita. A Professora irá propor atividades que a desafiem a pensar acertadamente até que ela construa o sistema alfabético e os questionamentos ortográficos. Isso leva tempo, mas acontece!
6º O erro é sempre uma hipótese de quem aprende, deve ser respeitado. Mas então a gente deixa como está? Não! Questiona-se e se conduz ao acerto sem dar a resposta exata. Outra maneira é mostrar o meu resultado, comparar, qual a diferença? – fazer pensar.
7º Tudo o que se escreve serve para alguém ler. Capricho sempre é importante. Façam a criança ler seus escritos e se dar conta que precisam estar legíveis.
8º Nas atividades que possuem respostas a questionamentos, a professora quase sempre pede respostas completas, pois é através delas que a criança também aprende a formular frases com sujeito e predicado, ideias completas.
9º É normal que as crianças desafiem os pais em casa quanto às atividades escolares (negação, birra, choro); muitas vezes ouvimos dos pais que a criança não sabe fazer os temas de casa quando, muitas vezes, na escola faz sozinha e sem dificuldade. Muitas usam o tema de casa para chamar a atenção dos pais. Nesta situação atípica, podem estar confusas com o que está acontecendo, não compreendendo o papel ensinante dos pais e não aceitando o comando que é típico da escola.
10º As crianças com maiores dificuldades deverão receber atividades adequadas as suas demandas, bem como orientação para fazê-las. Como houve pouco tempo de interação entre professores e alunos, poderemos estar correndo o risco de não ter identificado estas crianças e ou suas necessidades.
Dez dicas, entre muitas outras, esperamos estar colaborando com o Pessoal de Casa que está acumulando suas tarefas com as tarefas de ensinar.
Professores sempre atentos às necessidades das crianças e de seu Pessoal de Casa é a recomendação nesse momento.